27/03/2010

JÁ NÃO VEJO

Já não vejo aquela alegria
Que havia na natureza
O Rouxinol e a Cotovia
Cantavam que era uma beleza.

Já não vejo a floresta
Verde verde bem verdinha
E da pouca que ainda resta
Queimam-na toda coitadinha.

Já não vejo os passarinhos
De ramo em ramo a chilrearem
A construirem os seus ninhos
Prós seus filhos se abrigarem.

Já não vejo as oliveiras
Tão verdes ás carreirinhas
Nem sequer as amendoeiras
Pareciam noivas branquinhas.

Já não vejo animais rastejantes
Em qualquer vereda ou caminho
Já não vejo os pinhais verdejantes
Nem urzes nem rosmamaninho.

A política numa correria
Vão falando coisas bonitas
Estragando dia após dia
Todas as hortas e qintas.

Mãos criminosas vão queimando
O que é bom da natureza
O cimento armado vai matando
Do Algarve a maior riqueza.

O que é que se passou na minha terrra???
Que os meus olhos não podem ver
Já não vejo a beleza da Serra
Da terra que me viu nascer.

Fernanda Dias

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