Duma pedreira me tiraram
Em pedaços me partiram
Para todos me pisarem
E depois ainda se rirem.
Tantas vezes sou pisada
Sem ninguém se compadecer
Sou apenas uma calçada
Que chora sem ninguém ver.
Por cima de mim vão passando
Carros pessoas e animais
Muitas ruas vou enfeitando
Com minhas cores e nada mais.
Estou pelo Mundo inteiro
Nas ruas praças e jardins
No fundo do mar, ou dum ribeiro
Nos monumentos e seus afins.
Desfazem-me aos bocadinhos
Ninguém tem pena de mim
Para arranjar os caminhos
Minha sina é mesmo assim.
Negra vermelha ou branquinha
Sou apenas natural
Sirvo para afiar tua faquinha
Enfeito a tua casinha
E até moo a farinha
Sou pedra filosofal.
Fernanda Dias
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2 comentários:
È verdade amiga, há pedras que são pisadas como certas pessoas!, mas vamos andando desviando-nos de certos sapatos
Bj
João da Palma
Aprendi muito
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